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Aumento da expectativa de vida resulta em diminuição da fertilidade

29/04/2008

Para muitos é contraditório afirmar que o aumento da expectativa de vida está diretamente relacionado à diminuição da fertilidade. Mas, em entrevista ao jornal Science, a antropóloga britânica Ruth Mace afirmou que, curiosamente, um dos efeitos colaterais de se ter uma vida mais longa é justamente a queda na taxa de natalidade.

“Quando se tem uma família grande, menores serão os investimentos em cada filho. O que se vê, hoje, são os casais investindo mais em menor número de filhos. Além disso, o ambiente competitivo, em que se faz enorme esforço para manter casamento e emprego também contribui para a redução dos nascimentos”, diz a professora da Universidade de Londres.

Na opinião da especialista brasileira em reprodução humana, Silvana Chedid, uma das grandes questões da atualidade é o adiamento da gravidez. “As incertezas pessoais e profissionais realmente pesam muito na decisão de ter filhos. Muitos casais têm adiado a chegada do bebê, cientes de que, quanto mais adiarem a concepção, tanto homens quanto mulheres devem encontrar mais dificuldades, que poderão ser resolvidas com tratamentos apropriados”.

A especialista aponta as novas tecnologias como uma “segurança a mais” no adiamento da gestação. “Se algum tempo atrás era muito arriscado ter um filho aos 40, hoje esse limite está bastante elástico. É possível uma mulher beirando os 50 ou 60 anos engravidar, desde que ela receba acompanhamento durante toda a gestação e não tenha problemas graves, como doenças do coração, hipertensão arterial e diabetes.”

Segundo a doutora Silvana, o relógio biológico do ovário difere do relógio biológico do aparelho reprodutivo, bastando um monitoramento cuidadoso durante o pré-natal. “Estudos indicam que, quanto mais passa o tempo, maior é a predisposição feminina para cesarianas, desenvolvimento de doenças como o diabetes gestacional ou mesmo hipertensão arterial. Com relação a outros sintomas, nada que não sejam naturais à sua faixa etária”.

Fontes:
www.sciencedaily.com
*Dra. Silvana Chedid é médica ginecologista, diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva (www.chedidgrieco.com.br) e chefe do setor de Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa (SP).

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