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Alerta: você pode estar ficando surdo

21/02/2008

Muitas pessoas estão perdendo parcialmente a audição sem nem mesmo notar. O problema geralmente afeta mais a população das grandes cidades, onde o barulho contínuo já foi incorporado ao dia-a-dia. É comum, entretanto, passar despercebido até que a pessoa apresente dificuldades mais graves na comunicação verbal.

“O ouvido sofre um processo de envelhecimento gradual e a perda de audição se instala de uma forma lenta e progressiva. Cerca de 30% das pessoas entre 65 e 75 anos sofrem perda de audição. Esse índice sobe para 50% após os 75 anos”, diz o doutor Aníbal Arraes, otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula (SP).

Segundo o médico, essa perda de audição relacionada ao envelhecimento é denominada “presbiacusia”, sendo mais comum em homens. “Quando o idoso demora a ouvir o telefone tocando, ou não é capaz de identificar o canto dos pássaros, isso pode indicar problemas na audição. Quem sofre de presbiacusia sente dificuldade em compreender conversas com ruído ao fundo, percebe a fala das pessoas à sua volta como se fossem resmungos, tem mais facilidade de identificar vozes graves do que as agudas, e pode começar a sentir zumbidos”.

Arraes diz que, como a perda de audição é gradual, a pessoa demora a admitir que está ficando surda. Alterações no ouvido interno podem ser atribuídas à hereditariedade ou ao efeito acumulativo da exposição repetida ao barulho. Também podem ser atribuídas à ingestão de alguns medicamentos, como aspirina e alguns antibióticos. “Pacientes que sofrem de doenças do coração, diabetes ou problemas circulatórios estão mais sujeitos a sofrer o comprometimento da audição”.

Segundo o especialista, é possível deter a evolução da doença. “Para minimizar o impacto que o efeito acumulativo da exposição excessiva ao ruído oferece, a pessoa deve evitar sons altos no trabalho ou em casa. Aqueles que ficam mais expostos a ruídos, como estampidos de armas de fogo, maquinário de serralheria e marcenaria, ou mesmo que trabalham em construção civil, devem usar protetores de ouvido regularmente”.

Consultar um otorrinolaringologista é indicado àqueles que têm dúvidas quanto à performance da audição. Normalmente, o paciente é encaminhado para um exame de audiometria, realizado para detectar o tipo e o grau de perda auditiva. Dependendo do resultado, a reabilitação contará com o auxílio de aparelhos auditivos – lembrando que, atualmente, eles estão menores, mais estéticos e eficientes.

Doutor Aníbal Arraes aponta cinco dicas para dialogar com um idoso com perda auditiva:

1. Fale frente a frente com o idoso. Assim, ele poderá se acostumar a identificar as palavras através dos movimentos dos lábios;
2. Durante conversas, desligue a televisão ou o rádio. Ruídos ao fundo costumam prejudicar o entendimento;
3. Evite qualquer atitude que impeça o idoso de acompanhar os movimentos dos seus lábios, como comer enquanto fala ou tapar a boca com a mão;
4. Fale mais alto e mais devagar do que o normal. Não é necessário gritar.
5. Evite passear com o idoso em lugares públicos muito barulhentos.


Fonte: Dr. Aníbal Arraes, médico otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula (SP)

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