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Exames - Qual a diferença entre PET e SPECT?

04/09/2007

Da próxima vez que o médico solicitar um exame,
não faça ‘cara de paisagem’

Até 15 anos atrás, os médicos costumavam solicitar raios-X e ultra-sonografias para grande parte das investigações diagnósticas. Depois, foram se popularizando a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, entre outros. Agora é a vez das ‘siglas’. Saiba qual é a diferença entre PET e SPECT e deixe de fazer ‘cara de paisagem’ da próxima vez que seu médico solicitar um exame.

De acordo com a doutora Amisa Guimarães, radiologista da URP Diagnósticos Médicos, a PET (do inglês Positron Emission Tomography) é uma tomografia obtida em um aparelho que detecta raios-gama como sinal para a formação das imagens.
“Os raios-gama são resultado da aniquilação de pósitrons emitidos pelos isótopos radioativos injetados no paciente. Pósitrons são partículas com massa igual à dos elétrons, porém com carga elétrica positiva. Ao colidirem com elétrons em seu caminho, aniquilam-se, dando origem a raios-gama de mesma energia que caminham na mesma direção, em sentidos opostos. Atravessam o corpo do paciente e são detectados pelo aparelho, formando as imagens. Os emissores de pósitrons mais utilizados são o Carbono-11, Flúor-18, Nitrogênio-13 e Oxigênio-15”, diz a médica.
O SPECT (do inglês Single Photon Emission Computed Tomography), segundo Amisa, é também uma tomografia, só que obtida através da detecção de raios-gama emitidos diretamente pelos isótopos radioativos, emissores de raios-gama, injetados nos pacientes.
“Em termos práticos, pode-se dizer que a qualidade da imagem é melhor na PET do que na SPECT, devido à melhor resolução espacial do sistema. Entretanto, as funções estudadas dos órgãos e sistemas são diferentes para cada método. Além disso, a disponibilidade dos isótopos emissores de pósitrons é menor por terem uma meia-vida muito curta. Devem ser produzidos próximo ao local de utilização, devido à sua curta validade”, diz a radiologista da URP.

Segundo a doutora Amisa Guimarães, existem mais radiofármacos específicos para realização de SPECT do que de PET. Por outro lado, por ser genérica, a PET com FDG (radiofármaco fluordesoxiglicose) costuma ser mais abrangente quando se quer avaliar tipos específicos de tumor, ou tumores malignos de forma geral.

“As principais patologias neurológicas avaliadas pela PET são as demências, em especial a doença de Alzheimer, as epilepsias, doença de Parkinson, seqüelas de abuso de drogas. A PET determina com bastante precisão a localização de focos epileptogênicos, possibilitando tratamento cirúrgico em casos refratários. As doenças coronarianas podem ser estudadas através da avaliação de fluxo sanguíneo e metabolismo celular. Tem grande utilidade em pacientes com infarto prévio, onde se considera a angioplastia ou revascularização como opções terapêuticas”, diz a médica.

A radiologista diz que a SPECT é utilizada quando se necessita de imagens tomográficas de partes do corpo estudadas com radiofármacos emissores de raios-gama, podendo ser realizada em quase todas as cintilografias de rotina.

“A SPECT também é capaz de avaliar a perfusão sangüínea cardíaca no estudo das doenças do coração, seja para diagnóstico, avaliação hemodinâmica de lesões conhecidas ou para controle terapêutico. Também é empregada para diagnosticar, avaliar e seguir neoplasias e diferenciar tumor de cicatriz e necrose”, diz a médica. ■


*Amisa Guimarães é médica radiologista da URP Diagnósticos Médicos www.urp.com.br

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