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Câncer: Apoio da família é fundamental

04/09/2007

O impacto de um resultado positivo para câncer, mesmo que a maioria dos casos tenha boas perspectivas, costuma abalar a confiança, auto-imagem e auto-estima do paciente. Para enfrentar a doença, além de contar com apoio psicológico, o apoio da família é fundamental para que o doente enfrente essa fase difícil com o máximo de qualidade de vida possível.
“Reações como negação da doença, revolta, insegurança e medo são comuns. A família experimenta sentimentos de impotência, falta de controle, e teme o sofrimento do paciente. A desestruturação familiar é uma conseqüência comum. Há casos em que todos evitam falar sobre a doença, instituindo a conspiração do silêncio”, diz o professor Luiz Gonzaga Leite, chefe do setor de psicologia do Hospital Santa Paula.
Segundo o psicólogo, as famílias costumam pedir para ter acesso ao prognóstico separadamente do paciente, deixando a equipe em uma situação delicada. “O doente acaba sendo afastado de um processo em que é a figura central. Participar conjuntamente desses momentos reforça a identidade familiar e o sentimento de lealdade entre os membros da família, que são extremamente importantes nesse tipo de situação”.
Leite diz que o paciente que se sente apoiado desde o início tende a reagir mais positivamente ao tratamento. Caso contrário, sentimentos como solidão e sensação de abandono podem acentuar o desespero e até agravar a doença.
As pessoas do convívio do paciente oncológico, na opinião do psicólogo, devem ter flexibilidade para adaptar sua rotina de vida e oferecer as melhores condições possíveis de tratamento ao doente. “Em alguma fase, mais cedo ou mais tarde, o paciente pode isolar-se e abandonar suas atividades. Sempre que possível, é importante que o núcleo familiar ou os amigos mais próximos incentivem o doente a continuar suas rotinas de trabalho e de lazer, estimulando a adesão ao tratamento”.
Para o especialista, a doença deve ser enfrentada de forma direta e objetiva, com a participação ativa da pessoa nas decisões relacionadas ao seu tratamento e à sua vida como um todo. Na medida do possível, se busca desmistificar a doença e ajudar o paciente a reorganizar sua vida, de forma que possa encontrar uma maneira mais satisfatória de viver consigo mesmo e com os outros.
“É necessário entender o papel que a pessoa desempenha no seio familiar. O atendimento psicológico tem-se mostrado cada vez mais útil nesse contexto, buscando ajudar o paciente e sua família a perceber o que precisa ser mudado ou adaptado durante o tratamento”, diz Leite.
Fonte: Prof. Luiz Gonzaga Leite, chefe do setor de psicologia do Hospital Santa Paula (www.santapaula.com.br)

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