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Atletas podem estar condenados à dor por excesso de treino

03/08/2007

O que têm em comum o medalhista de ouro Hugo Hoyama, a medalhista de prata Janeth Arcain e o medalhista de bronze Carlos Chinin, além de terem contribuído para o Brasil estar no pódio tantas vezes durante os Jogos Pan-americanos? São atletas que treinam intensamente em suas modalidades esportivas, chegando a competir sentindo dor. De acordo com o médico ortopedista Lafayette Lage, especialista em quadril e medicina esportiva, eles também correm risco de adquirir dor crônica.

“Dependendo do esporte que se pratica, apenas uma única articulação é comprometida. Praticantes de tae kwon do, ginástica olímpica, futebol, basquetebol e tênis de mesa, por exemplo, costumam desenvolver problemas no quadril com mais freqüência. Quem joga futebol também acaba ‘castigando’ demais as articulações dos joelhos, assim como os atletas que competem no pentatlo e decatlo modernos. Os jogadores de vôlei, por estarem expostos à intensa movimentação de braços, pernas e quadris, costumam antecipar os mais diversos problemas de artrose quando estão na faixa dos 30 anos”, diz Lage.

Segundo o especialista, quando a doença se instala, o esportista pode se queixar de uma dor que não consegue precisar de onde vem. O atleta passa a sentir dor durante treinamentos e jogos, estando mais exposto a lesões. Esse indício de sobrecarga pode ser acompanhado por outros: sensibilidade exagerada nas articulações, inchaço, crepitações (estalos), atrofia muscular e instabilidade articular. Em caso de lesão no quadril, é comum a pessoa sentir uma espécie de falseio ao se levantar ou um estalido na virilha, que deve ser investigado rapidamente para não correr risco de haver a destruição irreversível do quadril.

Para controlar a dor daqueles que continuam a jogar profissionalmente e proporcionar qualidade de vida aos atletas que já estão encerrando a carreira, Lage diz que há opções interessantes. “O repouso da região afetada é necessário sempre que possível, mas o esportista pode contar com fisioterapia, hidroterapia, exercícios para fortalecer os músculos que revestem as juntas, estimulação por microcorrentes elétricas, correções ergonômicas, medicamentos antiinflamatórios, tratamento com ondas eletromagnéticas e cirurgia”.

Segundo o ortopedista, o tratamento com ondas eletromagnéticas oferece vantagens por não ser invasivo, não ser dolorido e não provocar efeitos colaterais. “O tratamento com PST (Pulsed Signal Therapy) tem sido indicado com sucesso, principalmente nos casos de dor na coluna, nos joelhos e nas mãos. Também é excelente na recuperação de pacientes que passaram pela artroscopia de quadril”.
A maioria dos grandes times de futebol na Alemanha dispõem do equipamento de PST no próprio estádio, sendo utilizado logo após o treino nos atletas com dor. “O PST tem um excelente poder de regeneração do tecido conjuntivo (tendões, cartilagem, cápsula articular e músculos) e nas fraturas de estresse, muito comuns em atletas, permitindo o retorno ao esporte com a grande vantagem de não ser tóxico como a maioria dos medicamentos antiinflamatórios”, diz Lage.


Casos em que a cirurgia é a melhor garantia de a pessoa levar uma vida saudável contam com os avanços na área de próteses. “A cirurgia de superfície (resurfacing), que utiliza a prótese de metal-com-metal, feita em cromo e cobalto, tem apresentado excelentes resultados no Brasil. É ideal para jovens, já que preserva o colo do fêmur e o paciente fica com uma articulação praticamente perfeita”, diz o ortopedista. ●


Fonte: Dr. Lafayette Lage, médico ortopedista, especialista em Medicina Esportiva e Quadril da Clínica Lage Ortopedia de Ponta (www.clinicalage.com.br)

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