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NEGÓCIOS - Ecossistema da inovação: cinco dicas para engajar a equipe

30/05/2023

Especialista revela o que é preciso fazer para criar um ambiente pró-inovação, onde os colaboradores são motivados a contribuir e a transformar ideias em resultados

 

 

Quando uma empresa inicia um novo projeto, o resultado depende em grande parte do equilíbrio que se estabelece no ecossistema de inovação. Ou seja, é necessário que os cinco pilares de sustentação de gestão sistêmica para a inovação estejam atuando em sincronia. São eles: liderança, estratégia, cultura, gestão e processos. Ao gestor cabe identificar bloqueadores, analisando cada um dos pilares, para verificar se algum deles está efetivamente impedindo o progresso e o resultado bem-sucedido do ecossistema.

O maior risco envolvido, quando se negligencia essa análise minuciosa e não se resolve esse bloqueador a tempo, é desperdiçar todo investimento destinado ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas. Daí a importância de assegurar que haja um perfeito alinhamento entre a estratégia da inovação e a estratégia competitiva da empresa. Estudo publicado no Journal of General Management (Sage) revela que gerentes precisam exercer uma liderança transformacional, a fim de motivar seus funcionários a se engajarem em processos de inovação aberta. Acredita-se que esse tipo de liderança estimula um comportamento de trabalho inovador, criativo e proativo, levando a novas experiências de aprendizagem e novas formas de pensar.

Segundo Durval Garcia, diretor de inovação da consultoria multinacional G.A.C. Brasil, na contramão das taxas de insucesso no lançamento de novos produtos ou serviços – que oscilam entre 70% e 80% – empresas que atuam e inovam de forma sustentável, acumulando um sucesso atrás do outro, se mostram mais cuidadosas com a liderança transformacional e atentas aos principais fatores de sucesso para alinhar inovação e desempenho competitivo.  “Antes mesmo de se estabelecer um sistema de inovação dentro de uma empresa, é preciso elaborar um diagnóstico de inovação, uma análise holística das capacidades de inovação da empresa. Isso torna possível sustentar o processo de criação de valor”.

Garcia diz que investir na estruturação para inovação é o primeiro passo para atingir os objetivos desejados. “O alinhamento interno dos diversos setores da empresa e o engajamento dos colaboradores são fundamentais na estrutura para inovação, mas não são os únicos fatores preponderantes. Ao todo, é preciso atuar em quatro eixos centrais: oferta de inovação, entendimento do usuário/cliente, organização interna e abertura para o mercado/ecossistema externo”.

Já na avaliação da conexão com o usuário/cliente, o especialista em inovação afirma que faz parte do processo a escolha dos perfis a serem entrevistados para entender perfeitamente o segmento em que a empresa está inserida e definir as necessidades atuais e futuras. Somente depois é possível identificar oportunidades para inovar. Quando o cliente é inserido no centro do desenvolvimento da solução, é possível seguir com planos de ação para resolver discrepâncias que poderiam influenciar os resultados de projetos.

A próxima etapa envolve a estruturação de um modelo organizacional e de governança da inovação dentro da empresa, junto aos níveis decisores, e a criação de um comitê de inovação – para tornar a gestão do processo mais eficiente, já que que a inovação é um processo transversal, que percorre diversos setores da organização.

“É na etapa de organização que se estabelece como será o modelo operacional mais adequado para inovar dentro do contexto da organização e como se desenvolverá a capacidade de aprendizado da organização. Nesse ambiente, é necessário estabelecer como se dará a gestão de mudanças, a fim de que os colaboradores possam se adaptar ao novo momento da empresa e todos possam assumir seus papéis e responsabilidades dentro da equipe”, diz Garcia. “A identificação de talentos internos para a condução dos novos processos é seguida pela capacitação dos líderes, para que desenvolvam estratégias e processos adequados ao tipo e grau de inovação pretendida pela empresa. Por isso é tão importante que todos estejam sintonizados no mesmo canal, tenham o mesmo objetivo em mente”.

A partir dessa estruturação é possível lançar mão de técnicas de geração de ideias, como brainstorming, que, quando bem conduzidas, contam com a participação de todos na empresa, não só do pessoal mais sênior ou mais técnico. Segundo o especialista em inovação, uma das práticas mais recomendadas é a criação de um programa interno de ideias orientado às necessidades e aberto às contribuições de todos aqueles que tiverem sugestões de inovações, sejam para melhorias ou desenvolvimento de produtos, serviços, processos e até mesmo do modelo de negócio da empresa.

Esse modelo participativo, em que todos podem contribuir para a construção de uma ideia, aumenta o engajamento, na medida em que os colaboradores se sentem valorizados e motivados a se posicionar”, diz Garcia. “Assim que uma ideia é desenvolvida e validada, o aprendizado obtido permitirá seguir em frente com o projeto de desenvolvimento da solução, sempre centrada na necessidade do usuário ou cliente final – sem deixar de mensurar e compartilhar os resultados”.

Diante da importância do engajamento para o sucesso do ecossistema da inovação, o executivo da G.A.C. Brasil revela cinco dicas para estimular a contribuição dos colaboradores com novas ideias:

  1. Estabelecer um processo aberto, transparente e colaborativo. “É necessário criar um ambiente agradável, respeitoso, em que as pessoas sejam estimuladas a expor suas ideias, bem como a apresentar sugestões e contribuições em relação a ideias de outras pessoas. O objetivo não é julgar a ideia de alguém, mas ampliar e complementar, para que ela ganhe corpo e abrangência. Caso uma ideia seja impugnada, ninguém deve se sentir pessoalmente ofendido ou criticado. Quando os conflitos se estabelecem de forma proveitosa, todos ganham”.
  2. Estimular profissionais a serem flexíveis. “Uma das principais características de um gestor eficiente é usar a negociação e a comunicação para transformar situações críticas, com alto potencial para colocar todo esforço a perder, em episódios de crescimento interno. É importante saber moderar discussões e estimular os colaboradores a defender suas ideias sem que para isso seja necessário desqualificar o trabalho ou a ideia de seus pares”.
  3. Atrair pessoas positivas para o time faz toda a diferença. “Muito se fala em inteligência emocional. Contar com pessoas com as denominadas ‘soft skills’, focadas na solução, flexíveis, que valorizam o trabalho em equipe e sabem ouvir atentamente sem fazer qualquer juízo do interlocutor acrescenta muito valor para qualquer projeto e torna o dia a dia no trabalho mais leve e estimulante”.
  4. Evitar a perda de energia que se segue a cada falha. “Pessoas em empresas inovadoras não podem ver becos sem saída, nem achar que erros e falhas são motivos para desistir. Toda falha traz algum aprendizado. Quem está envolvido numa atividade com alto grau de incerteza precisa ser mais do que apenas otimista, precisa ter capacidade de aprender. Se, por um lado, o excesso de confiança pode levar empresas a perseguirem ideias que já se provaram um fracasso, por outro é preciso manter a energia da equipe em alta quando é possível extrair informações relevantes que levem a evitar futuras falhas. Empreendedores que se agarram às suas chances de sucesso, ainda que pareçam ínfimas, costumam se empenhar mais e convencer outros profissionais a colaborar até alcançarem o resultado desejado”.  
  5. Investir na educação de toda a empresa é vantagem competitiva. “Para que as melhores práticas de inovação se difundam em uma organização, é importante que se ensine a desenvolver ideias e como transformar boas ideias para que elas cheguem ao mercado. Essas lições devem ser transmitidas tanto para os futuros líderes dentro da empresa, quanto para a base que acabará por desempenhar um papel significativo no sucesso da inovação. O elemento positivo da criação de um amplo ecossistema de inovação é que os grupos envolvidos em projetos inovadores entrarão em contato uns com os outros diretamente para resolver problemas – criando uma cultura de inovação, em vez de uma governança de cima para baixo. Assim é mais certo que ideias inovadoras sejam elaboradas, prosperem e cresçam”.

Fonte: Durval Garcia, diretor de inovação da consultoria multinacional G.A.C. Brasilwww.group-gac.com.br

 

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