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A inteligência artificial auxilia na produção de conteúdo, mas se mostra um recurso limitado na gestão de relacionamento com a mídia

O avanço da tecnologia tem transformado o cenário da comunicação, e o ChatGPT, uma inteligência artificial (IA) desenvolvida pela OpenAI, surge como uma ferramenta promissora para assessores de imprensa e geradores de conteúdo. “Com seu poder de processamento de linguagem natural, o ChatGPT auxilia profissionais na produção de textos, análise de dados e até mesmo na gestão de relacionamento com a mídia” – diz a ferramenta. Mas, quando solicitada a encontrar marcas e frases na web, responde categoricamente: “Minha base de conhecimento vai até setembro de 2021 e não tenho acesso à internet em tempo real para buscar informações atualizadas”.

A IA é capaz de gerar textos com base em instruções específicas e até mesmo copiar o estilo de escrita de um autor, otimizando o processo de criação de releases, artigos e outros materiais de comunicação. Mas, quem imagina que o ChatGPT cuida da produção textual e dispensa o trabalho de um bom editor está enganado. Ele, neste ponto, está enganado quando chama para si essa incumbência. Afinal, muito da compreensão de um texto enviado às redações depende do estilo de quem está escrevendo – que pode atrair mais ou menos quem está do outro lado da tela.  

Outro ponto negativo, diante de tantas virtudes que vêm sendo anunciadas recentemente, tem a ver com essa base de dados defasada em dois anos. Dada a produção diária injetada na web, é tempo demais e certamente compromete textos que dependem de atualizações, de mudanças de postura, de novas leis, de inovações... principalmente quando disponibilizar links para enriquecer uma matéria se faz necessário. “O futuro não é mais como era antigamente”, cantava Renato Russo (Legião Urbana). Sendo assim, precisamos de acesso a uma base de dados mais atualizada.

Para não incorrer no erro de apontar defeitos apenas, é preciso reverenciar a agilidade do ChatGPT na análise de informações. A ferramenta consegue processar grandes volumes de dados e transformá-los em insights. Isso possibilita a elaboração de pautas mais assertivas e direcionadas ao público-alvo, otimizando o alcance das informações e aumentando a relevância das ações de comunicação. A capacidade de gerar respostas automáticas a perguntas específicas também é uma aliada no relacionamento com jornalistas e influenciadores.

Com tudo o que se tem até agora, o uso do ChatGPT na comunicação não exclui a necessidade de profissionais qualificados. A IA é uma ferramenta de apoio que auxilia na execução de tarefas, mas a expertise humana ainda é fundamental na tomada de decisões estratégicas, análise de contextos e adaptações criativas. Em um cenário cada vez mais competitivo, a adoção do ChatGPT nas agências de Assessoria de Imprensa permite que assessores de imprensa e geradores de conteúdo aprimorem suas habilidades. A tecnologia, assim, se estabelece como uma grande aliada na busca por resultados mais efetivos e na consolidação de uma comunicação de excelência.

Heloísa Paiva